/Imagem de Mário de Almeida/ |
Lembrar e suportar, tal era o peso. O travo, eh! Guardar dentro do peito - batia o punho no roupão.
Mais novo era abatido, engrossou cedo a fila dos vencidos.
Ratuíno, azarado, pubo, puto, poltrão!
Logo afastou-se dos cenários móveis, acuou-se, prendeu-se, cuidou de detalhes, e escolheu palavras com cuidado: minudências.
Se lhe chamavam frágil suspirava: era mortal, ora essa, frágil porque feito de matéria viva.
Era duro, por dentro, dizia. Duro. Palavras fortes, pesadas, resistentes, puro aço, ácidas, secas.
Antecipara as brenhas para não perder-se, eis a verdade toda.
O oco, eu? Nem morto.
Sílaba por sílaba o silêncio.
Havia vento, havia luz, havia chuva, e tudo só recrudescia em seu severo alento: persistir, aprofundar, inamovível, na convicção.
O outro - ele, eu - que o escutasse: só diria o preciso.
Que era isso.