/Imagem de Manuel Figueira/ |
Puchinho encrencado no porto. O repuxar do mar espumando a vontade da ida.
Um poeta e um sabiá. Separações atlânticas, sincera sede das ilhas.
Puchinho e esse idioma malhado, sangue e fonema fecundos. Essa mistura. Pasárgada vista no céu de um labirinto, por entre grades frias, numa gaiola.
Puchinho a ver navios se revezando entre ficar e partir. O repuxar dos sonhos embalalados pelos batelões da Company Oil.
Rememorar pra fazer viva a encenação dos mortos?
Um chamo que solta afinal voa curto no espaço, ecoa fraco entre os vapores. Quiçá tenha caído no mar e escumado entre as ondas, buscando a outra Sãocente, salgando o sangue e também a saudade. Essa palavra transatlântica.
(São Paulo, outubro de 2011)
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