Quem dera o mundo fosse de tapumes
E um corredor imenso socorresse
A ânsia, o medo,
A insônia e o desespero
Atada a gaze, a vista
baça
Calado esse vulcão de
cães sangrentos
E então apenas pó, os dentes
presos
Circulação contida no
cimento
Tão vertical e dura, a
chama extinta
E o nervo convulsivo de um lamento
Atar-se finalmente em carne
dura
A última pulsão desse tormento
# São Paulo, maio de 2006