quarta-feira, 4 de setembro de 2013

# mundo de tapumes



Quem dera o mundo fosse de tapumes
E um corredor imenso socorresse
A ânsia, o medo, 
A insônia e o desespero 

Atada a gaze, a vista baça
Calado esse vulcão de cães sangrentos
E então apenas pó, os dentes presos
Circulação contida no cimento

Tão vertical e dura, a chama extinta
E o nervo convulsivo de um lamento
Atar-se finalmente em carne dura
A última pulsão desse tormento

# São Paulo, maio de 2006


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