deuxtroistrucs |
Ironia,
pedra-lima
horror do suicida.
Após o espetáculo
é pó no espelho a alma do palhaço.
Miríades, miríades,
Fina rima à pele nova,
Esgrouvinhada no tempo,
e mordida nas costas.
Fina pele irônica,
Tecelã de tecelãs
Decifra-me e calo-me
No embaraço do amor.
Sob o ardor dos ponteiros,
a campainha matutina do trabalho
acorda
e se repete
na voz de seminário
– autômata
Esperar, vesperar, esperar
A folhagem do sono
nos olhos do tempo.
Você perdeu
no azinhavre da boca
notas contra a natureza
- lutar contra janeiro e contra o sol. Lutar
com ironia.
Em tom mordaz morder o orgulho alheio.
E agora,
ardente, sardônica
Ironia,
Com que sagacidade nos cavou essa ruína?
a sós,
sem luz, sem som:
borrões de riso tresloucado.
# São Paulo, 2007
Adoro os poemas que falam sobre suicídio. Assunto tabu, que a poesia brilhantemente aborda
ResponderExcluir