domingo, 15 de março de 2020

# até o fim



as canetas?
consumo-as 
até o fim
os isqueiros e as noites
também
- até a última chama


o alfabeto insisto 
em percorrer
como ave no céu
que não conhece pouso


a bebida - água, vinho, café -
até o último gole


e o amor
até o afogamento


o esqueleto, 
os ossos
gasto 
até o último cálcio


mas o mundo não
o mundo não sei abarcar




# São Paulo, março de 2020.




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